Este romance de natureza epistolográfica retrata a angústia de um condenado à morte, apodrecendo no chamado corredor da morte. A personagem principal (suposto autor das cartas que mais viriam parar às mãos de Victor Hugo) é um homicida condenado à pena capital que vai descrevendo o seu quotidiano e a forma vã como ainda aguarda um indulto.
O condenado vai sendo transferido de celas e, à medida que a execução se aproxima, estas vão-se tornando cada vez mais desconfortáveis e pequenas. O terror mental começa a surtir efeito porque ele já não domina a razão e entra em pânico com o aproximar do dia. Os seus pensamentos são dirigidos à sua pequena filha, sente misericórdia por ela, saudades, mas teme igualmente que no futuro tenha vergonha por ter o nome do pai, um nome de assassino.
A introdução de outras personagens serve para aumentar o conflito, nomeadamente a visita do padre, as conversas com outros prisioneiros, verdadeiros criminosos sem escrúpulos, homens que retiram vidas apenas porque não sabem fazer outra coisa. As visitas de carcereiros ou do chefe da prisão estimulam o pânico, na medida em que a vida não era valorizada e o condenado que escreve será o próximo a perder a cabeça na praça da vila, rodeado por populares que levam os filhos em passeio, afinal será um dia de festa.
Antes de morrer ouvirá uma jovem rapariga cantar uma música sinistra, ao longo de vários dias, uma bela voz com palavras tão amargas. Tentará igualmente, através de um estratagema engenhoso, ludibriar um carcereiro, levando-o a aceitar trocar de roupas. Por momentos quase conseguiu.
Victor Hugo escreveu esta obra para que pudesse ser um manifesto contra a pena de morte, uma voz praticamente isolada na Europa, tendo em conta que o Humanismo não seria prática corrente.
"O Último Dia de um Condenado"
Prefácio, 2002
O condenado vai sendo transferido de celas e, à medida que a execução se aproxima, estas vão-se tornando cada vez mais desconfortáveis e pequenas. O terror mental começa a surtir efeito porque ele já não domina a razão e entra em pânico com o aproximar do dia. Os seus pensamentos são dirigidos à sua pequena filha, sente misericórdia por ela, saudades, mas teme igualmente que no futuro tenha vergonha por ter o nome do pai, um nome de assassino.
A introdução de outras personagens serve para aumentar o conflito, nomeadamente a visita do padre, as conversas com outros prisioneiros, verdadeiros criminosos sem escrúpulos, homens que retiram vidas apenas porque não sabem fazer outra coisa. As visitas de carcereiros ou do chefe da prisão estimulam o pânico, na medida em que a vida não era valorizada e o condenado que escreve será o próximo a perder a cabeça na praça da vila, rodeado por populares que levam os filhos em passeio, afinal será um dia de festa.
Antes de morrer ouvirá uma jovem rapariga cantar uma música sinistra, ao longo de vários dias, uma bela voz com palavras tão amargas. Tentará igualmente, através de um estratagema engenhoso, ludibriar um carcereiro, levando-o a aceitar trocar de roupas. Por momentos quase conseguiu.
Victor Hugo escreveu esta obra para que pudesse ser um manifesto contra a pena de morte, uma voz praticamente isolada na Europa, tendo em conta que o Humanismo não seria prática corrente.
"O Último Dia de um Condenado"
Prefácio, 2002
o livro realmente é muito bom, ele te prende do começo ao fim.
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